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Educação Financeira Para Crianças e Jovens.

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educacao financeira para criancas e jovens

Calendário 27 Mar 2025

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Em um mundo cada vez mais consumista, onde o acesso ao crédito e ao dinheiro é facilitado, saber lidar com as finanças se tornou uma habilidade essencial.

No entanto, a maioria dos adultos brasileiros nunca recebeu educação financeira na infância — e muitos acabam cometendo erros que poderiam ter sido evitados com conhecimento básico desde cedo.

É justamente por isso que cresce o interesse por educação financeira para crianças e jovens. Ensinar os pequenos a lidar com o dinheiro desde cedo ajuda a formar adultos mais conscientes, equilibrados e preparados para tomar decisões que impactam diretamente sua qualidade de vida.

Neste artigo, você vai entender:

  • A importância da educação financeira desde a infância

  • Em que idade começar e como adaptar o ensino a cada fase

  • Dicas práticas para ensinar sobre dinheiro no dia a dia

  • Como usar mesada de forma educativa

  • Livros, jogos e ferramentas para facilitar o aprendizado

  • E o papel da escola e da família nesse processo

1. Por que ensinar educação financeira desde cedo?

✅ Formação de hábitos saudáveis

Crianças que aprendem a poupar, planejar e evitar o desperdício crescem com hábitos financeiros sólidos. Isso se reflete no comportamento adulto com cartões de crédito, consumo, investimentos e planejamento de vida.

✅ Consciência do valor do dinheiro

Ao entender que o dinheiro é fruto de trabalho, esforço e escolhas, a criança aprende a valorizar conquistas, ter paciência e diferenciar necessidade de desejo.

✅ Prevenção de dívidas e consumismo

Jovens que recebem educação financeira têm mais chances de evitar dívidas, golpes e decisões impulsivas.

✅ Preparação para a vida adulta

Planejamento, orçamento, controle de gastos e investimentos não são apenas temas “de adulto” — eles fazem parte da realidade de qualquer pessoa que deseja autonomia e liberdade financeira.

2. Em que idade começar?

A educação financeira pode — e deve — ser iniciada a partir dos 3 a 4 anos de idade, respeitando o nível de compreensão da criança. Veja como adaptar o ensino por faixa etária:

👶 De 3 a 6 anos:

  • Comece com conceitos básicos: “guardar para depois”, “não desperdiçar”, “trocar coisas”

  • Use brincadeiras, cofrinhos e histórias

  • Ensine que o dinheiro “não nasce” no cartão ou no caixa

👧 De 7 a 10 anos:

  • Introduza noções de preço, troco, valor e escolhas

  • Deixe a criança participar de compras simples

  • Ensine a poupar com metas curtas

👦 De 11 a 14 anos:

  • Estimule o uso de mesada com planejamento

  • Apresente noções de prioridades e orçamento

  • Comece a falar sobre banco, juros, dívidas e consumo responsável

🧑 De 15 a 17 anos:

  • Ensine a montar um orçamento pessoal

  • Aborde temas como cartão de crédito, investimentos e empreendedorismo

  • Incentive metas de curto e médio prazo: celular novo, intercâmbio, cursos

3. Como ensinar educação financeira no dia a dia?

A melhor forma de ensinar é na prática, com exemplos e diálogo constante. Veja algumas atitudes simples que fazem diferença:

Converse sobre dinheiro em casa

Mostre que falar sobre dinheiro não é tabu. Explique, de forma transparente, por que algumas compras podem ser feitas e outras não.

Envolva nas compras

Leve seu filho ao supermercado e mostre preços, compare marcas e explique o que está dentro do orçamento.

Use cofrinho ou poupança infantil

Estabeleça um objetivo (ex: brinquedo, jogo) e ajude a criança a poupar para conquistá-lo. Isso ensina planejamento e paciência.

Monte orçamentos juntos

Mostre como organizar um orçamento mensal: quanto entra, quanto sai, quanto será poupado.

Crie metas financeiras

Ajude a criança ou jovem a definir objetivos: comprar algo, guardar para o futuro ou doar.

4. Mesada: dar ou não dar?

A mesada é uma excelente ferramenta de educação financeira, desde que usada de forma orientada.

Dicas para usar a mesada com consciência:

  • Combine um valor fixo por semana ou mês, de acordo com a idade

  • Estabeleça regras claras sobre o uso do dinheiro

  • Não complemente a mesada antes do prazo

  • Incentive a criança a dividir o valor em 3 partes: gastar, poupar e doar

  • Com o tempo, ajude a criança a registrar seus gastos

A mesada ajuda a criança a aprender autonomia, planejamento e consequências de escolhas. Mais do que dar dinheiro, o foco deve ser ensinar a administrar.

5. Ferramentas para ensinar finanças de forma divertida

Livros educativos:

  • O Menino do Dinheiro – Cássia D’Aquino

  • Como Ficar Rico (sendo criança) – Ricardo Ferreira

  • Mesada Não É Só Dinheiro – Reinaldo Domingos

  • Pai Rico, Pai Pobre para Jovens – Robert Kiyosaki

Jogos de tabuleiro:

  • Banco Imobiliário (versão júnior e tradicional)

  • Jogo da Mesada

  • Monopoly

  • Cashflow (versão juvenil)

Aplicativos:

  • Piggy Goals: ajuda a definir metas de economia

  • Banco Imobiliário app

  • DinDin Educa: app brasileiro voltado para crianças

Essas ferramentas transformam o aprendizado em algo lúdico, leve e participativo, tornando o processo mais natural.

educacao financeira para criancas e jovens (1)

6. O papel da escola na educação financeira

Desde 2020, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) incluiu a educação financeira como tema transversal obrigatório em escolas brasileiras, dentro do eixo de Educação para o Consumo e Planejamento Econômico.

Por isso, muitas escolas já:

  • Abordam o tema em matemática, ciências humanas e projetos

  • Criam feiras financeiras simuladas

  • Oferecem oficinas e palestras com profissionais

  • Estimulam o empreendedorismo jovem

Dica para pais e responsáveis: pergunte à escola se existe algum projeto de educação financeira e participe ativamente. O envolvimento da família potencializa o aprendizado.

7. Como os adolescentes podem colocar em prática?

A partir dos 14 ou 15 anos, o jovem já pode:

  • Criar sua conta digital (com autorização dos pais)

  • Usar cartão pré-pago para entender limites

  • Fazer vendas informais (artesanato, doces, serviços)

  • Participar de feiras de empreendedorismo juvenil

  • Estudar investimentos básicos (Tesouro Direto, por exemplo)

Quanto mais cedo o jovem começa a lidar com a realidade financeira, mais preparado estará para tomar decisões conscientes no futuro.

8. Os benefícios de longo prazo

A educação financeira na infância gera benefícios que se estendem por toda a vida:

Mais consciência de consumo

Crianças que aprendem a priorizar e poupar tendem a evitar o endividamento na fase adulta.

Inteligência emocional com o dinheiro

Aprender que o dinheiro é um recurso limitado ajuda a desenvolver autocontrole, paciência e resiliência.

Planejamento de carreira e metas

Jovens que entendem o valor do esforço e da organização têm mais clareza para planejar estudos, carreira e finanças.

Liberdade financeira

Com disciplina e conhecimento desde cedo, o jovem pode construir independência financeira e investir com segurança.

9. Cuidados e erros a evitar

❌ Usar dinheiro como punição ou chantagem

Evite associar dinheiro a comportamento (ex: “se tirar nota ruim, perde a mesada”).

❌ Superproteger

Não resolver todos os problemas financeiros do filho. Permita que ele vivencie pequenas frustrações e aprenda com erros.

❌ Dar dinheiro extra sempre que acabar

Isso desestimula o planejamento e cria dependência. É importante que a criança aprenda a lidar com limites.

❌ Adiar o ensino de finanças

Esperar a adolescência para falar de dinheiro é perder anos valiosos de formação de hábitos. Comece o quanto antes.

10. Conclusão

A educação financeira para crianças e jovens é um investimento no futuro emocional, profissional e pessoal de cada indivíduo. Ensinar os pequenos a lidar com dinheiro vai muito além de aprender a poupar ou evitar dívidas — é sobre desenvolver valores como disciplina, responsabilidade, consciência e liberdade.

A boa notícia é que não é preciso ser especialista para começar. Com atitudes simples no dia a dia, mesada bem orientada e apoio de livros e jogos, é possível ensinar de forma leve e eficaz.

Família e escola, quando caminham juntas, têm o poder de formar adultos mais preparados, conscientes e realizados.